Para a autarca que vive em Estarreja
e acha o concelho fantástico
A
Catarina Rodrigues insiste em continuar a fazer campanha eleitoral nas páginas
deste jornal e percebe-se que foi realmente nomeada pelo PS para fazer isso.
Não tem mal nenhum fazer campanha eleitoral a favor de um partido, embora se
perceba que tenha alguns problemas em assumir isso. Eu não tenho nada contra as
campanhas eleitorais, já participei em muitas, agora muitas dessas campanhas
são delírios colectivos dos partidos, que não esclarecem coisa nenhuma.
Esperemos que a nossa campanha autárquica seja esclarecedora. Vamos ver.
Já
percebi que no PS local há certa uma fixação nos censos e nas pessoas que foram
viver para fora do concelho. Mas queria sossegar a Catarina. Eu não entro nessa
estatística, porque a minha morada oficial é em Fermelã, onde voto e tenho
casa. Portanto, eu não estou nessa estatística. Recordo-me também que tivemos
um Presidente da Câmara que morava em São João da Pesqueira e nunca me lembro
da Catarina na altura levantar qualquer problema por causa disso. Presumo
(seguindo o raciocínio da Catarina) que o tal Presidente da Câmara que vivia em
São João da Pesqueira também não achava o município muito fantástico para
viver. Da mesma forma, o que dizer de membros do PS da Assembleia Municipal que
também residem fora do concelho. Um deles até é candidato a uma Junta de
Freguesia. Mais uma vez, seguindo a teoria da Catarina,
podemos dizer que “os seus interesses não passam por Estarreja”. Ou a sua teoria já não se aplica aos seus camaradas?!
Presumo que a Catarina que vive em Estarreja
deve achar o concelho fantástico para viver, pois senão já tinha mudado. Por
mim, não vejo mal nenhum, que um autarca viva fora do concelho. As pessoas são
obviamente livres de viverem onde querem. Não vejo que os seus direitos de
cidadania fiquem diminuídos por isso.
Depois
também gostava de lembrar-lhe que o Conselho Consultivo do ACES do Baixo Vouga,
para o qual eu fui eleito, ainda nem sequer tomou posse, nem teve qualquer
reunião até ao momento. Agora, a Catarina Rodrigues pode estar descansada
quanto a uma coisa. Não serei uma voz calada no Conselho Consultivo, nem irei
para lá fazer figura de corpo presente. Quanto ao meu trabalho no antigo
Conselho Consultivo, os membros da Assembleia Municipal que me elegeram por
larga maioria, sabem perfeitamente o que eu fazia lá, porque sempre prestei
contas do meu trabalho aos meus colegas de assembleia. Bastava a Catarina ter
perguntado aos seus camaradas de assembleia. Ou podia ter perguntado a mim, que
estou sempre disponível para prestar qualquer informação adicional. Nunca me
perguntou nada.
Quanto
ao Plano Estratégico do Centro Hospitalar, chegou-me às mãos há 15 dias e por
linhas travessas. Nunca fui informado como membro do antigo Conselho Consultivo
de qualquer plano, nem o Conselho de Administração do Centro Hospitalar me
disse alguma vez que existia um plano em curso. Portanto, não sabia
rigorosamente nada sobre o dito plano. Nem sobre o plano, nem sobre outras
medidas que foram sendo tomadas no Hospital Visconde de Salreu, sem o nosso
conhecimento.
Percebo
também que a Catarina Rodrigues desvalorize a Assembleia Municipal
extraordinária sobre o Hospital convocada pelos elementos do grupo municipal da
coligação, porque foi uma iniciativa política que roubou espaço de manobra à
contestação que o PS só agora vinha fazendo. É claro que se tivesse sido o PS a
convocar a reunião, a Catarina tinha achado a ideia fantástica e já não dizia
nada do que disse.
Quanto
a deitar acordos para o lixo, lembrava só à Catarina, que foi um Governo do PS
que deitou para o lixo o protocolo da extensão de saúde de Veiros ou o
protocolo da construção da nova piscina (em cuja Secretaria de Estado estava um
eleito local do PS) Na altura, não me lembro de ver a Catarina a protestar como
agora.
Obviamente
que não podia dizer nada, pois foi esse mesmo Governo que a nomeou para certos
cargos regionais.
E
aqui reside uma diferença entre nós os dois. Sempre
fiz política sem nunca ter sido dela dependente. Não tem mal vivermos da
política, já o disse noutro artigo, mas de nós os dois, só um foi nomeado para
cargos de confiança política pelo mesmo Governo PS que encerrou a
Urgência e acabou com o "Hospital Visconde de Salreu" para o integrar
no Centro Hospitalar. Por isso, não admira que a Catarina só agora fale do
hospital. Porque se o Governo fosse PS e a Catarina estivesse em algum cargo de
confiança política, aposto que não andava por aqui a escrever o que
escreve.
José Matos