domingo, 7 de julho de 2013

Na Imprensa

Para a autarca que vive em Estarreja 

e acha o concelho fantástico


A Catarina Rodrigues insiste em continuar a fazer campanha eleitoral nas páginas deste jornal e percebe-se que foi realmente nomeada pelo PS para fazer isso. Não tem mal nenhum fazer campanha eleitoral a favor de um partido, embora se perceba que tenha alguns problemas em assumir isso. Eu não tenho nada contra as campanhas eleitorais, já participei em muitas, agora muitas dessas campanhas são delírios colectivos dos partidos, que não esclarecem coisa nenhuma. Esperemos que a nossa campanha autárquica seja esclarecedora. Vamos ver.

Já percebi que no PS local há certa uma fixação nos censos e nas pessoas que foram viver para fora do concelho. Mas queria sossegar a Catarina. Eu não entro nessa estatística, porque a minha morada oficial é em Fermelã, onde voto e tenho casa. Portanto, eu não estou nessa estatística. Recordo-me também que tivemos um Presidente da Câmara que morava em São João da Pesqueira e nunca me lembro da Catarina na altura levantar qualquer problema por causa disso. Presumo (seguindo o raciocínio da Catarina) que o tal Presidente da Câmara que vivia em São João da Pesqueira também não achava o município muito fantástico para viver. Da mesma forma, o que dizer de membros do PS da Assembleia Municipal que também residem fora do concelho. Um deles até é candidato a uma Junta de Freguesia. Mais uma vez, seguindo a teoria da Catarina, podemos dizer que “os seus interesses não passam por Estarreja”. Ou a sua teoria já não se aplica aos seus camaradas?!
 Presumo que a Catarina que vive em Estarreja deve achar o concelho fantástico para viver, pois senão já tinha mudado. Por mim, não vejo mal nenhum, que um autarca viva fora do concelho. As pessoas são obviamente livres de viverem onde querem. Não vejo que os seus direitos de cidadania fiquem diminuídos por isso.
Depois também gostava de lembrar-lhe que o Conselho Consultivo do ACES do Baixo Vouga, para o qual eu fui eleito, ainda nem sequer tomou posse, nem teve qualquer reunião até ao momento. Agora, a Catarina Rodrigues pode estar descansada quanto a uma coisa. Não serei uma voz calada no Conselho Consultivo, nem irei para lá fazer figura de corpo presente. Quanto ao meu trabalho no antigo Conselho Consultivo, os membros da Assembleia Municipal que me elegeram por larga maioria, sabem perfeitamente o que eu fazia lá, porque sempre prestei contas do meu trabalho aos meus colegas de assembleia. Bastava a Catarina ter perguntado aos seus camaradas de assembleia. Ou podia ter perguntado a mim, que estou sempre disponível para prestar qualquer informação adicional. Nunca me perguntou nada.
Quanto ao Plano Estratégico do Centro Hospitalar, chegou-me às mãos há 15 dias e por linhas travessas. Nunca fui informado como membro do antigo Conselho Consultivo de qualquer plano, nem o Conselho de Administração do Centro Hospitalar me disse alguma vez que existia um plano em curso. Portanto, não sabia rigorosamente nada sobre o dito plano. Nem sobre o plano, nem sobre outras medidas que foram sendo tomadas no Hospital Visconde de Salreu, sem o nosso conhecimento.
Percebo também que a Catarina Rodrigues desvalorize a Assembleia Municipal extraordinária sobre o Hospital convocada pelos elementos do grupo municipal da coligação, porque foi uma iniciativa política que roubou espaço de manobra à contestação que o PS só agora vinha fazendo. É claro que se tivesse sido o PS a convocar a reunião, a Catarina tinha achado a ideia fantástica e já não dizia nada do que disse.  
Quanto a deitar acordos para o lixo, lembrava só à Catarina, que foi um Governo do PS que deitou para o lixo o protocolo da extensão de saúde de Veiros ou o protocolo da construção da nova piscina (em cuja Secretaria de Estado estava um eleito local do PS) Na altura, não me lembro de ver a Catarina a protestar como agora.
Obviamente que não podia dizer nada, pois foi esse mesmo Governo que a nomeou para certos cargos regionais.
E aqui reside uma diferença entre nós os dois. Sempre fiz política sem nunca ter sido dela dependente. Não tem mal vivermos da política, já o disse noutro artigo, mas de nós os dois, só um foi nomeado para cargos de confiança política pelo mesmo Governo  PS que encerrou a Urgência e acabou com o "Hospital Visconde de Salreu" para o integrar no Centro Hospitalar. Por isso, não admira que a Catarina só agora fale do hospital. Porque se o Governo fosse PS e a Catarina estivesse em algum cargo de confiança política, aposto que não andava por aqui a escrever o que escreve. 

José Matos